terça-feira, 4 de novembro de 2014

IGREJA: AQUI NA TERRA E NA ETERNIDADE...

CREIO NA IGREJA: AQUI NA TERRA E NA VIDA ETERNA

Neste mês em que celebramos a realidade da Igreja, nas mais diferentes situações de vida (na terra e na vida eterna), vamos ler o que o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica resume sobre este assunto.

O que significa a palavra Igreja?
Designa o povo que Deus convoca e reúne de todos os confins da terra, para constituir a assembleia daqueles que, pela fé e pelo Batismo, se tornam filhos de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito Santo.

Por que é que a Igreja é una?
A Igreja é una porque tem como origem e modelo a unidade na Trindade das Pessoas de um só Deus; porque tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que restabelece a unidade de todos os povos num só corpo; e porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos os fiéis na comunhão em Cristo. Ela tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança e a mesma caridade.
                                                                              
Como considerar os cristãos não católicos?
Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se desligaram da plena comunhão da Igreja católica, encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e conduzem para a unidade católica. Os membros destas Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo Baptismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos.

Como empenhar-se em favor da unidade dos cristãos?
O desejo de restabelecer a união de todos os cristãos é um dom de Cristo e um apelo do Espírito. Ele diz respeito a toda a Igreja e realiza-se mediante a conversão do coração, a oração, o recíproco conhecimento fraterno, o diálogo teológico.

Em que sentido a Igreja é santa?
A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor; Cristo entregou-se por ela, para a santificar e fazer dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus membros e o fim de cada uma das suas atividades. A Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos pecadores, sempre necessitados de conversão e de purificação.

Porque é que a Igreja se chama católica?
A Igreja é católica, isto é, universal, porque nela está presente Cristo: “Onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja católica” (S. Inácio de Antioquia). Ela anuncia a totalidade e a integridade da fé; leva e administra a plenitude dos meios de salvação; é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam.

É também católica a Igreja particular (a Diocese)?
É católica toda a Igreja particular (isto é, a diocese e a eparquia), formada pela comunidade de fiéis cristãos que estão em comunhão de fé e de sacramentos seja com o seu Bispo, ordenado na sucessão apostólica, seja com a Igreja de Roma, que “preside à caridade” (S. Inácio de Antioquia).

Quem pertence à Igreja católica?
Todos os homens, de diferentes modos, pertencem ou estão ordenados à unidade católica do povo de Deus. Estão plenamente incorporados na Igreja católica aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, se encontram unidos a ela pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão. Os batizados que não se encontram plenamente nesta unidade católica estão numa certa comunhão, ainda que imperfeita, com a Igreja Católica.

Por que é que a Igreja deve anunciar o Evangelho a todo o mundo?
Porque Cristo ordenou: “ide e ensinai todas as nações, batizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Este mandato missionário do Senhor tem a sua fonte no amor eterno de Deus, que enviou o seu Filho e o seu Espírito porque “quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tim 2, 4).

Como é que a Igreja é missionária?
Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja continua no curso da história a missão do próprio Cristo. Os cristãos, portanto, devem anunciar a todos a Boa Notícia trazida por Cristo, seguindo o seu caminho, dispostos também ao sacrifício de si mesmos até ao martírio.

Por que é que a Igreja é apostólica?
A Igreja é apostólica pela sua origem, sendo construída sobre o “fundamento dos Apóstolos” (Ef 2,20); pelo ensino, que é o mesmo dos Apóstolos; pela sua estrutura, enquanto instruída, santificada e governada, até ao regresso de Cristo, pelos Apóstolos, graças aos seus sucessores, os Bispos em comunhão, com o sucessor de Pedro.

O que é a sucessão apostólica?
A sucessão apostólica é a transmissão, mediante o sacramento da Ordem, da missão e do poder dos Apóstolos aos seus sucessores, os Bispos. Graças a esta transmissão, a Igreja permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem, enquanto ao longo dos séculos orienta todo o seu apostolado para a difusão do Reino de Cristo na terra.

O que significa a expressão comunhão dos santos?
Indica, antes de mais, a participação de todos os membros da Igreja nas coisas santas: a fé, os sacramentos, em especial a Eucaristia, os carismas e os outros dons espirituais. Na raiz da comunhão está a caridade que «não procura o próprio interesse» (1Cor 13, 5), mas move o fiel «a colocar tudo em comum» (At 4, 32), mesmo os próprios bens materiais ao serviço dos pobres. 
Designa ainda a comunhão entre as pessoas santas, isto é, entre os que, pela graça, estão unidos a Cristo morto e ressuscitado. Alguns são peregrinos na terra; outros, que já partiram desta vida, estão a purificar-se, ajudados também pelas nossas orações; outros, enfim, gozam já da glória de Deus e intercedem por nós. Todos juntos formam, em Cristo, uma só família, a Igreja, para louvor e glória da Trindade.

O que é a vida eterna?
A vida eterna é a que se iniciará imediatamente após a morte. Ela não terá fim. Será precedida para cada um por um juízo particular realizado por Cristo, juiz dos vivos e dos mortos, e será confirmada pelo juízo final.

O que é o juízo particular?
É o julgamento de retribuição imediata, que cada um, a partir da morte, recebe de Deus na sua alma imortal, em relação à sua fé e às suas obras. Tal retribuição consiste no acesso à bem-aventurança do céu, imediatamente ou depois de uma adequada purificação, ou então à condenação eterna no inferno.

O que se entende por céu?
Por céu entende-se o estado de felicidade suprema e definitiva. Os que morrem na graça de Deus e não precisam de ulterior purificação são reunidos à volta de Jesus e de Maria, dos anjos e dos santos. Formam assim a Igreja do céu, onde veem Deus “face a face” (1 Cor 13,12), vivem em comunhão de amor com a Santíssima Trindade e intercedem por nós.
  
O que é o purgatório?
O purgatório é o estado dos que morrem na amizade de Deus, mas, embora seguros da sua salvação eterna, precisam ainda de purificação para entrar na alegria de Deus.

Como podemos ajudar a purificação dos que estão no purgatório?
Em virtude da comunhão dos santos, os fiéis ainda peregrinos na terra podem ajudar os que estão no purgatório oferecendo as suas orações de sufrágio, em particular o sacrifício eucarístico, mas também esmolas, indulgências e obras de penitência.

Em que consiste o inferno?
Consiste na condenação eterna daqueles que, por escolha livre, morrem em pecado mortal. A pena principal do inferno é a eterna separação de Deus, o único em quem o homem encontra a vida e a felicidade para que foi criado, e a que aspira. Cristo exprime esta realidade com as palavras: “Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno” (Mt 25, 41).

Como conciliar o inferno com a bondade infinita de Deus?
Deus, apesar de querer «que todos tenham modo de se arrepender» (2Ped 3,9), tendo criado o homem livre e responsável, respeita as suas decisões. Portanto, é o próprio homem que, em plena autonomia, se exclui voluntariamente da comunhão com Deus se, até ao momento da própria morte, persiste no pecado mortal, recusando o amor misericordioso de Deus.

Em que consistirá o Juízo final?
O juízo final (universal) consistirá na sentença de vida bem-aventurada ou de condenação eterna, que o Senhor Jesus, no seu regresso como juiz dos vivos e dos mortos, pronunciará em relação aos “justos e injustos” (At 24, 15), reunidos todos juntos diante dele. A seguir a tal juízo final, o corpo ressuscitado participará na retribuição que a alma teve no juízo particular.

Quando terá lugar este juízo final?
O juízo final terá lugar no fim do mundo, do qual só Deus conhece o dia e a hora.

Em que consiste a esperança dos novos céus e da nova terra?
Depois do juízo final, o próprio universo, libertado da escravidão da corrupção, participará na glória de Cristo com a inauguração dos “novos céus e da nova terra” (2 Ped 3,13). Será assim alcançada a plenitude do Reino de Deus, ou seja a realização definitiva do desígnio salvífico de Deus de “recapitular em Cristo todas as coisas, as do céu e as da terra” (Ef 1,10). Deus será então “tudo em todos” (1 Cor 15,28), na vida eterna.


(Cf. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n. 147.161-168.172-174.176.194-195.207-216.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário